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Família batalha para libertar jovem preso por engano em Rio Bonito

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Família do jovem batalha na justiça para tentar soltar o jovem acusado de tráfico de drogas.

A família do jovem Guilherme Marins Maurício Santos, de 20 anos, trava uma batalha, desde o último sábado (28), para conseguir a liberdade do rapaz, preso em Rio Bonito, na Região Metropolitana.

Familiares alegam que Guilherme é inocente e que foi preso por engano. O rapaz, que é diabético tipo 1 desde os 11 anos de idade, estava em um bar, na Rua Antônio Alexandre Ferreira Neto, na localidade conhecida como Bosque Clube, em Rio Bonito, acompanhado de outros jovens.

Dentre eles, ainda segundo informações da família, estava um menor, de 16 anos, apelidado de Tuto, que acabou detido flagrado com drogas durante uma abordagem policial. No local, apesar de não encontrarem nada com Guilherme, ele acabou detido com o menor e foram levados para a Delegacia de Araruama (118ª DP). No entanto, em sua defesa, o rapaz alegou ter informado aos policiais ser apenas usuário de drogas e que não era traficante.

Guilherme teria informado aos policiais que dois homens traficavam drogas naquele local, conhecidos como Tuto — o menor apreendido — e Pivete. Acontece que a polícia não relatou ter encontrado o segundo suspeito citado por pelo acusado.

Desde então uma saga teve início para a família.  Segundo amigos, Guilherme trabalha e recentemente precisou trancar a matrícula na faculdade de contabilidade, que cursa em uma universidade de São Paulo.

Na delegacia, agentes teriam comentado com a família que o jovem foi pego de 'bucha' [termo utilizado quando alguém sofre as consequências de algo que não cometeu].

"Guilherme não é traficante, todos nós sabemos. Eu conheço a família, a minha filha estuda na mesma universidade e eu sei que ele não é traficante. Ele estava no momento errado e na hora errada", comentou um amigo, que preferiu ter a identidade preservada.

Direitos

A Comissão de Direitos Humanos da Assembleia Legislativa do Rio (Alerj), presidida pela deputada Dani Monteiro (Psol) promete fazer contato com a família para prestar apoio. A Defesa do acusado ainda não se pronunciou sobre o caso.

Procurada, a Secretaria de Estado de Polícia Militar apresentou uma versão diferente da relatada pela familia de Guilherme. Segundo a PM, no sábado policiais militares do 35º BPM (Itaboraí) receberam denúncia informando a presença de traficantes na Rua Antônio Alexandre Ferreira Neto, no Bosque Clube, em Rio Bonito.

Ao chegar no local, os policiais teriam flagrado dois homens, sendo um deles menor, vendendo entorpecentes. Com eles os policiais apreenderam 24 pinos e sete tabletes de cocaína, 33 pedras de crack, dois celulares, além de R$55, em espécie.

De acordo com a políci,a o menor já possui duas anotações criminais e confirmou o segundo acusado como comparsa. O caso foi registrado na delegacia de Rio Bonito (119ª DP).

Prisão

O caso tramita na Comarca de Rio Bonito. Na última segunda-feira (30), durante audiência de custódia, a juíza Daniele Lima Pires Barbosa indeferiu o pedido de liberdade provisória impetrado pela defesa do jovem.

A prisão de Guilherme foi convertida em preventiva e, segundo a magistrada, o fato de Guilherme ser réu primário e possuir emprego não caracteriza elementos para prisão domiciliar. A juíza ainda alegou que o rapaz apresentava bom estado físico e estava saúdável, argumento para negar também o pedido de prisão domiciliar por conta de seu problema de saúde, o diabetes.

Segundo os autos, já com o menor, foi encontrado quantidade de entorpecentes. O adolescente teria levado os policiais a outro lugar, onde foram encontrados 23 pinos de cocaína e 33 pedras de crack, além de dois rádios transmissores e R$ 55 em espécie.

De acordo com a polícia o menor já possui duas anotações criminais e confirmou o segundo acusado como comparsa. O caso foi registrado na delegacia de Rio Bonito (119ª DP). Guilherme é acusado de tráfico de drogas e corrupção de menores.

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